O que se sabe sobre liberação do FGTS – e por que o mercado não gostou
Dólar subiu logo após Lula agendar reunião para tratar do tema. Com divulgação do IPCA e pressão do mercado, Planalto adiou encontro
atualizado
Compartilhar notícia
A liberação do saldo do FGTS para quem usou o saque-aniversário ainda nem foi anunciada oficialmente e já provocou reações negativas no mercado financeiro.
Logo após o presidente Lula (PT) convidar representantes de centrais sindicais para tratar do assunto, na última segunda-feira (24/2), o dólar voltou a subir.
Fechou em R$ 5,76, uma alta de 0,43%, antes mesmo do tal encontro, que estava previsto para acontecer nesta terça (25/2) e foi adiado para quarta (26/2) após a repercussão do possível anúncio.
A preocupação do mercado é que a eventual injeção de recursos na economia possa aquecer o consumo e, com isso, pressionar, ainda mais, a inflação. Assim, a medida iria na contramão da atuação do Banco Central (BC) de subir os juros para controlar a alta nos preços.
A situação se agravou com a divulgação, nesta terça-feira (25/2), do IPCA-15, a prévia da inflação. O índice registrou a maior alta desde abril de 2022, com aumento de 1,23% nos preços em fevereiro.
O aumento foi influenciado, sobretudo, pelas altas na energia elétrica e nas taxas de água e esgoto. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,96%, bem acima da meta de inflação do BC, que é de 3%.
A expectativa é que a liberação do FGTS injete R$ 12 bilhões na economia.
Mas, o que já se sabe sobre liberação do FGTS?
O assunto do saque-aniversário já é discutido há um tempo no governo federal. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, posiciona-se por mudanças na modalidade desde o início de 2023, mas vinha encontrando resistência, justamente, do mercado financeiro. A queda da popularidade de Lula teria motivado o Planalto a enfrentar o assunto.
A mudança deve vir por meio de medida provisória (MP) e, provavelmente, vai liberar valores retidos de trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário e foram demitidos sem justa causa. Isso porque quem optou pelo saque anual, criado pelo governo Bolsonaro, fica impedido de ter o ao valor total do fundo, recebendo apenas o dinheiro da multa rescisória.
