Enterro de Francisco Galeno emociona parentes: “Afeto e ensinamentos”
O artista teve como parte da celebração de despedida missa de corpo presente na Igrejinha da 308 Sul, e foi enterrado na Ala dos Pioneiros
atualizado
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Foi na capela da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na quadra 308 da Asa Sul, em Brasília, local onde se encontra uma de suas grandiosas obras, que Francisco Galeno recebeu a última homenagem. As cerimônias de despedida foram acompanhadas por amigos, familiares e iradores: a missa de corpo presente ocorreu na tarde desta quarta-feira (5/6), e Galeno foi enterrado na Ala dos Pioneiros, no Cemitério Campo da Esperança.
Nascido em Parnaíba, no estado do Piauí, Galeno veio para Brasília no início da construção da cidade, na década de 1960. O falecimento do artista foi anunciado nessa segunda-feira (2/6), aos 68 anos, em sua cidade natal. Segundo relatos da família, ele estava com sintomas de dengue, mas a causa da morte não foi oficialmente confirmada.
Durante o sepultamento, um dos filhos do artista, Lucas Galeno, conversou com o Metrópoles e compartilhou memórias sobre o pai. “Ele sempre foi muito discreto. Nunca gostava de chamar atenção. E mesmo na partida, foi assim. Quieto, no canto dele, como sempre foi”, relembrou Lucas. A relação com os filhos, segundo Lucas, foi marcada por “afeto e ensinamentos silenciosos”: “Quando eu era criança, ele era mais sério. Mas, na vida adulta, virou um amigo. A gente se entendeu muito nesse tempo”.
Entre as marcas que Galeno deixou, está sua forte ligação com o lugar onde nasceu. “Ele falava que foi lá desenterrar os brinquedos dele, que a arte dele, muitas vezes foi inspirada na infância. E assim, eu acho que ele faleceu onde ele queria estar, em Parnaíba” concluiu Lucas.
Igrejinha
Francisco Galeno nasceu em uma família de artesãos: pai pescador, fabricava canoas; a mãe, costureira e rendeira; o artista transferiu aos seus filhos o interesse pelos mais tipos diferentes de artes: música, artes visuais e cênicas.
Com cores vivas, formas geométricas e referências populares, sua obra apresentava identidade própria, afetiva e lúdica. Galeno também deixou sua marca em esculturas, instalações e na criação de roupas. Nos últimos anos, desenvolvia um projeto sobre os “loucos de BR”, figuras populares que encontrava em suas viagens ao Nordeste.
Agora, descansa na Ala dos Pioneiros, ao lado de tantos outros nomes que ajudaram a construir a história da capital. Seu legado fica, como ficam também suas cores, suas formas, e o mural azul e branco da Igrejinha da 308 Sul, onde Brasília se despediu de Francisco Galeno.