Veja o que amigo de empresário morto em Interlagos disse em depoimento
Corpo do empresário Adalberto Jr. foi encontrado nessa terça (3/6) dentro de um buraco de 2 metros, próximo ao Autódromo de Interlagos
atualizado
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O empresário Adalberto Júnior, de 35 anos, encontrado morto na manhã de terça-feira (3/6) em uma área em obras nas proximidades do Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, teria feito uso de entorpecentes e tomado cerveja antes de desaparecer, segundo depoimento do amigo que estava com ele no dia.
Adalberto desapareceu na sexta-feira (30/5) após ter ido em um evento de motocicletas no autódromo. Seu corpo foi encontrado na Avenida Jacinto Júlio por volta das 10h, em um buraco de 2 metros de profundidade e 40 centímetros de diâmetro. De acordo com a diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Ivalda Aleixo, o cadáver não possuía lesões aparentes, vestígios de sangue, ferimentos ou fraturas.
Amigos há cerca de 8 anos, de acordo com o depoimento obtido pelo Metrópoles, os dois mantinham o mesmo interesse por motocicletas, participando de um grupo de WhatsApp chamado “Renatinha Motoqueirinha”, onde organizavam eios de moto e conversavam diariamente.
Depoimento do amigo
No dia 30 de maio, os dois foram juntos ao evento em Interlagos, onde participaram de test drives de motocicletas das 14h30 até 17h. Em seguida, eforam tomar um café em um dos quiosques e ear pelo evento.
Adalberto, então, teria sugerido que os dois tomassem uma cerveja. Às 17h15, compareceram a uma ativação de motocross dentro do evento e, às 19h45, foram assistir ao show do cantor Matuê. Durante a apresentação, Adalberto e o amigo teriam feito o uso de maconha, que teria sido adquirida de estranhos pelo próprio empresário no local. Eles beberam cerca de 8 cervejas.
Segundo o depoimento do amigo, Adalberto estava alcoolizado e alterado. A combinação da maconha com a cerveja o deixou “mais agitado que o normal”, de acordo com o relato. Não houve brigas, desentendimentos ou qualquer outra situação que pudesse trazer problemas, disse o amigo.
O show acabou às 21h e os amigos se despediram às 21h15. Adalberto alegou que precisava ir embora para jantar com a esposa. O amigo permaneceu no evento, comeu um hambúrguer e tomou refrigerante, deixando o Autódromo de Interlagos às 22h30.
Em seu depoimento, o amigo disse que chegou em casa às 23h e adormeceu. Por volta das 2h da manhã de sábado (31/5), recebeu uma mensagem da esposa do empresário, questionando sobre o paradeiro do marido.
Amigo teve moto roubada após desaparecimento de empresário
No dia seguinte ao desaparecimento de Adalberto, no domingo (1º/6), o amigo que prestou depoimento teve sua motocicleta roubada. Ele foi abordado por quatro indivíduos armados, que estavam em duas motos. O amigo teve o celular, o capacete e a moto subtraídos.
Corpo de empresário desaparecido é encontrado
Adalberto foi encontrado no buraco com um capacete “colocado” na cabeça e as mãos para cima, vestindo nada além de uma jaqueta e a cueca (entenda abaixo). O cadáver ainda tinha muita terra no rosto e nas mãos, em razão de o empresário ter ficado dentro de um buraco de uma obra, realizada próximo ao kartódromo, onde seu carro estava estacionado.
Veja:
A diretora do DHPP acredita que Adalberto foi colocado no buraco já morto ou desacordado, pois, segundo ela, não havia sinais de que o empresário tenha reagido ou tentado escalar o local. Ivalda ainda mencionou que a vítima estava a cerca de um metro de profundidade na terra, e que só não estava mais abaixo porque seus braços impediram que o corpo descesse.
Sem calça e tênis
- Adalberto Júnior foi encontrado no último de vários buracos de uma obra que acontece na região do kartódromo.
- Ele usava um capacete preto e estava com as mãos para cima. Uma delas tinha a aliança de casamento, o que ajudou na identificação do corpo.
- A vítima não apresentava ferimentos, estava com o celular (sem bateria), carteira com o dinheiro e alguns documentos no bolso.
- O empresário usava apenas uma jaqueta e a cueca. O restante de suas roupas não foi localizado.
- A jaqueta tem valor aproximado de R$ 2.500 a R$ 3.000.
- O capacete que ele usava não estava bem preso, apenas “colocado”, como explicou a diretora do DHPP, Ivalda Aleixo.
- Um médico legista que acompanhou as equipes policiais contou que o empresário aparentava estar no buraco entre 36 e 40 horas, horário que não condiz com o tempo do desaparecimento de Adalberto – desde a noite da última sexta-feira (30/5).
- De acordo com Ivalda Aleixo, o corpo apresentava pouco inchaço e, considerando que a vítima desapareceu em 30 de maio, deveria estar em um estágio de decomposição mais avançado do que o observado no momento da descoberta, em 3 de junho.
O corpo foi encontrado por um dos funcionários da construção, na manhã dessa terça-feira (3/6). Inicialmente, o trabalhador acreditou se tratar de um boneco, visto que só conseguia ver o capacete de Adalberto, mas acionou as autoridades mesmo assim.
Um inquérito foi instaurado no DHPP, que investiga o caso como morte suspeita.